segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Facebook, PJ ou PF?


Afinal, o Facebook é feito para uso pessoal ou profissional, é ferramenta para “Pessoa Física” ou “Pessoa Jurídica”? A resposta a essa pergunta, para profissionais como os músicos, está no uso que fazemos das mídias sociais, pois quando o fator networking entra na discussão perdemos qualquer possibilidade de dicotomia; pessoal e profissional se misturam.

Na vida de um músico - e de muitos outros profissionais - a rede de relacionamentos é fator da maior importância para o sucesso profissional. No momento em que um conhecido (amigo, professor, músico que você conheceu em uma masterclass, festival etc.) precisa indicar alguém para um cachê, para extra em algum concerto ou para uma boa vaga, busca na memória as opções, e se você faz parte dessa memória recente de uma forma positiva, suas chances de pegar aquele trabalho aumentam muito.

Mas que imagem você tem passado aos seus contatos do Facebook? Foto bêbado no churrasco e na balada não é legal. Postagens e encaminhamentos de frases de auto-ajuda, correntes etc. também são atitudes de camicase. Por outro lado, usar o Facebook apenas como currículo ‘esfria’ essas relações importantes.

O que acho ideal é ter no Facebook, no “sobre”, uma bio completa e bem escrita e em uma das pastas de “fotos” algumas imagens profissionais. Isso pode ser útil em uma busca rápida por informações sobre um músico. Deixe também visível um e-mail válido e que você abra regularmente. Link para um vídeo seu no Youtube também é bem-vindo.

Faça postagens somente quando tiver algo realmente interessante para contar aos 'amigos', e pense sempre nesta imagem que você quer passar. Por último, acompanhe as postagens das pessoas que você tem como referência no seu instrumento/voz, e dos maestros e diretores dos teatros, e de vez em quando faça comentários pertinentes nessas postagens, sem ser inconveniente.



segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Os críticos e os pombos

Estou para postar alguma coisa aqui sobre a importância das mídias sociais na comunicação, principalmente para um músico em começo de carreira. Mas antes de escrever um post sobre isso, uma movimentação no Facebook me chamou a atenção, e levantou outra discussão que julgo pertinente a este blog de comunicação para músicos.

Essa recente discussão no Facebook envolveu alguns importantes músicos do país; cantores, instrumentistas e diretores de cena. O assunto era uma crítica ruim que um deles recebeu, e que suscitou comentários como "eles são todos músicos frustrados [referindo-se aos críticos de música clássica]", "ninguém constrói estátua para crítico". Difícil fazer um comentário isento, pois apesar de não ser crítico musical sou jornalista de música e conheço alguns críticos, que considero excelentes profissionais, mas farei aqui pequenos comentários buscando abordar questões da lógica por trás dessas argumentações (como além de jornalista sou físico, tento me ater a essa segunda influência da minha formação).

Uma primeira observação é que não é de hoje que ouço esses mesmos comentários sobre os críticos, mas quase sempre que pego um currículo de músico lá estão as frases dos críticos, com destaque, abrindo o texto. Uma certa incoerência para os que têm essa opinião sobre os críticos.

Outra questão é que todo jornalista e todo crítico escreve sobre algum assunto, e quase nunca esse assunto é o próprio jornalismo - salvo o Alberto Dines no Observatório da Imprensa, o Meio & Mensagem e alguns poucos outros. Com efeito, parece pouco razoável acreditar que todos os jornalistas na verdade queriam ser profissionais dos assuntos sobre os quais escrevem, que são uma 'manada' de frustrados.

Agora sobre os críticos de uma forma geral. Se eu leio uma ótima crítica sobre um restaurante e tenho uma baita decepção ao ir até lá degustar aquele prato simples de nome complicado, ficarei p da vida com o crítico. Vou achar que o cara não é sério, ou fala bem de todo mundo pra não se indispor, ou tem o rabo preso, ou estão é mesmo um incompetente. Naturalmente, aos poucos passamos a ler e gostar daqueles críticos que nos transmitem seriedade, embasamento e responsabilidade com isenção - o resultado é o que chamamos de credibilidade. É isso que o leitor espera do crítico de música, e é isso que o músico deveria esperar também.

Mas como acontece com críticos e também com músicos, médicos, policiais etc. há profissionais bons e ruins em todas as profissões. Acho sim que alguns que se intitulam críticos escrevem enormes bobagens, 'achismos' que pouco têm a ver com uma crítica. E o engraçado é perceber que há quem estampe as 'boas' frases desses 'críticos', mesmo desconfiando de sua competência e seriedade.

Trocando em miúdos, os jornalistas fazem a divulgação dos concertos, recitais e óperas. Ajudam o público a saber o que de bom (e de ruim) acontece na cidade e com isso também ajudam o músico a ter a plateia cheia. Que bom! E se a crítica fala mal, pode ser que aquela avaliação ajude o músico em sua carreira, pois não faltam pessoas para dar um tapinha nas costas ao final da apresentação e falar com um belo sorriso: "impressionante".

E pra terminar esse texto desconjuntado, os críticos - pelo menos os que conheço mais de perto - não parecem almejar uma estátua em praça pública. Até porque os pombos cagam nelas.